Wednesday, May 03, 2006
Pedras I
Dom Pernety:" PIERRE: se dit, en termes de Science Hermétique, de tout ce qui est fixe , et na s'évapore point au feu." Fala-se de Pedra, na ciência hermética, àcerca de tudo o que é fixo e não se evapora ao fogo.
Representa-se por esta imagem da Pedra algo, seja objecto, seja estado de completude espiritual, ou de mísitica união com a divindade, que já não sofrerá alteração.
FABRICIUS, na escolha que faz de imagens alquímicas a comentar, não esquece as Pedras da Atalanta Fugiens. Nesta imagem vemos três pedras voando no AR, anunciando uma "multiplicação" universal da Obra. E vemos ainda, na TERRA, outras cinco, apontando para a perfeição da quinta-essencia.Os filósofos contemplam a maravilha que um tal processo representa. Aos que se interrogam sobre a proveniencia da Pedra Filosofal e o poder que detém, responde o adepto :
Em primeiro lugar foi Adão que levou consigo a Pedra, ao sair do Paraíso; daí que hoje ela exista em mim, nos outros, em todos; pássaros levaram-na pelos ares; também pode ser encontrada na terra, nas montanhas, no ar, na água dos rios; e acrescenta, respondendo a outra pergunta, a de que caminho seguir para a obter: ambos os caminhos podem ser seguidos, cada qual à sua maneira.
Aqui o que se pergunta tem a ver com as duas Vias preconizadas: a seca e a húmida. Ambas servirão um propósito que seja bem definido e cujos preceitos se respeitem.
Contudo o pormenor a que se deve dar atenção é o que define a Pedra como não sendo pedra, mas sim um processo espiritual de iniciação. A Matéria que se transforma tanto pode ser a Humana, o Homem, como o metal que se deseje ver transmutado em Ouro. Mas o OURO é também uma figuração do espiritual.
Na TURBA, já aqui citada, diz-se da Pedra que "participa de todos os regimes, encontra-se em todo o lado, sendo e não sendo pedra; é comum e preciosa; escondida e contudo conhecida de todos; com um só nome e com muitos nomes; esta pedra, por isso, não é uma pedra porque é muito mais preciosa: sem ela a natureza não faz nenhuma obra.
Revela-se mais uma vez pelos tratados de inspiração mística dos árabes dos sécs. X-XI, chegados até nós por traduções ora da escola de Toledo, do Rei Afonso o Sábio, ora pelas versões posteriores do Humanismo e do Renascimento que toda a elaboração sobre a Pedra Filosofal que não tenha enveredado pela química ou pela medicina, sobretudo a paracélsica, só tem um conteúdo: psicológico ; ou místico, nos casos mais especiais de obras que permitam uma tal interpretação.
Para Fabricius a Pedra, nas suas várias descrições e processos é a VIDA, com o nascimento, o crescimento, a degradação e morte que lhe são próprias.
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