Friday, June 29, 2012

O Branco e o Negro

Escrevi no blog de cultura visual algumas considerações sobre o conceito de Imagem como Representação.
Referi, como mediação possível, outro conceito, o de Arquétipo, segundo Jung, que muito se ocupou do imaginário (consciente/inconsciente) e do simbolismo alquímico em obras significativas de alguns artistas.
Ocorre-me, entretanto, que a Imagem do Negro, seja como nigredo de alma, seja como forma de entendimento do abismal centro da criação, Ungrund Absoluto de onde todas as formas (energias) emanam, terá forçosamente de conduzir ao seu Oposto, o Branco, explosão luminosa onde todas as formas se reúnem, numa fusão que não difere afinal assim tanto do Negro inicial ( e iniciático).
É certo que na tradição alquímica toda a meditação parte do negro do chumbo, do negro da pedra, lapis niger, figuração de um primeiro estado de espírito, uma ânsia de absoluto que não encontra referente nem guia.
Esse Absoluto Primordial é um dos nomes de Deus, inominável. A sua treva absorve, dissolve, concentra, num movimento centrípeto que pode ser ( e frequentemente é) aniquilador da consciência, do eu e do mundo.
A fase alquímica seria a da dissolução: solutio, ou solve - como em Basilio Valentino; a ela se sucederá a da coagulação; coagula.
Com a indicação de solve et coagula está dada uma das chaves da procura. E quanto às figurações da Imagem da Pedra: do Negro se passou ao Branco.
O Negro absorve e dissolve, exige entrega - pode ser destruidor.
O Branco liberta e permite a explosão das energias mais fundas- pode ser criador.
Entre uma e outra côr, uma palette infinita.
Entre uma e outra côr uma multiplicidade de experiências e doutrinas.
Do nihilismo abissal ao suprematismo absoluto.
Neste primeiro quadro Marcel Robelin explora a metafísica oriental, no video seguinte, sobre a obra de Malevitch, podemos descobrir os variados processos, os variados caminhos.



O Vazio que o Tao, ou o Yi King nos propõem é afinal um espaço de Revelação, onde as formas se anulam e se fundem - seja no Negro seja no Branco, imagens complementares no jogo de opostos que a Arte, mais do que a vida, nos transmite.

Thursday, June 14, 2012

Pessoa e os Santos Populares

Tendo escrito sobre estes poemas e a sua dimensão simbólica, há alguns anos atrás, e estando o nosso país em necessidade de alma, de mais alma, deixo a indicação da obra: talvez se encontre em antiquários ou, quem sabe, talvez alguma instituição o reedite.
Por mim poderia ficar em edição on-line!