Wednesday, February 06, 2013

Mitos:Nacionais, Universais...


Mitos Nacionais/Universais /Mitos ou lendas populares


O que é um mito: uma narrativa fundadora, de dimensão simbólica, nacional ou universal.

Mitos nacionais (portugueses) :
Dom Sebastião e os mitos do Encoberto; Dona Inês de Castro,os mitos de amor eterno de Dom Pedro e Dona Inês;as Cartas da Portuguesa, outro mito do amor eterno, de autoria francesa, mas atribuídas a uma monja portuguesa do século XVIII ; ainda fazendo parte deste corpus literário e mítico a história de base celta, de que Richard Wagner fez uma obra-prima, de Tristão e Isolda;
em torno destas figuras históricas se desenvolveu uma teia de construções literárias, pictóricas, dramatúrgicas, em Portugal e na Europa.

Relação do mito do Encoberto com Dom Sebastião.
A doutrina do Sebastianismo como doutrina messiânica nacional e nacionalista: ex. Padre António Vieira e Fernando Pessoa.

Mitos universais do Ocidente: Fausto (entre outros, como o de Orfeu, o de Prometeu, o do Andrógino, bebidos na tradição popular, no caso de Fausto, na literatura grega clássica, nos outros casos; ou mitos mais recentes como o de D.João, o”Burlador de Sevilha” ou o de Carmen, como mulher fatal, na opera de Bizet).

Ver o mito de Fausto no Renascimento, no Século das Luzes ( Goethe,séc.XVIII), no Romantismo (Berlioz) e na Modernidade (Pessoa e Valéry ).
O Fausto mudo de Murnau, a ópera de Gounod, a performance dos Fura dels Baus inspirada em Berlioz – tudo interpretações diferentes de um memo mito fundador, o do desafio do homem que vende a alma ao diabo, o seu percurso, os crimes e a transformação final, de redenção.
Papel que desempenha, nas várias “leituras” do mito, a dimensão simbólica do Eterno Feminino.

Comentar as “duas almas” de Fausto, que ele define como irreconciliáveis, na primeira parte da tragédia.

O que se perde e o  que fica destes e de outros mitos no nosso tempo…

II
Há muitas outras matérias que ocuparam o imaginário popular e literário ao longo do tempo:
Ex.
as lendas dos vampiros na Europa central: Nosferatu, primeiro filme de Murnau (pioneiro do cinema ainda mudo, expressionista;em seguida faria o Fausto);
Drácula, filme também da mesma época, com o célebre Bela Lugosi, no início dos anos trinta;
o Golem, inspirado num romance célebre de Gustav Meyrinck, autor austríaco estudioso de todas  as doutrinas e práticas ocultistas divulgadas ao tempo : como a Kabala judaica, que inspira o Golem, a filosofia taoísta, o yoga, a alquimia, etc, - em cada um dos seus romances uma doutrina que ele explica, embora reservando o seu mistério.

O gosto pela sombra (pelo mistério que perturba e atrai) não se perde, e vemos na literatura e na cinematografia moderna mais recente a recuperação dos temas dos vampiros, dos lobisomens (de que em Portugal também há variantes nos contos populares de tradição oral) e até a recuperação do gosto pela magia e por figuras da antiga tradição celta – como na saga de Harry Potter, já explorada até à exaustão para um público juvenil.