Tuesday, April 04, 2006
Algol
O segredo do chamado "magistério alquímico" é a relação que estabelece com os poderes invisíveis da alma ( a que Jung chamaria as imagens do inconsciente ). Este segredo é transposto pelos filósofos herméticos em Alegorias, um género muito apreciado na literatura e na filosofia (relembro a alegoria da caverna, de Platão) desde os tempos mais antigos.
Os conceitos de meditação (meditatio), e de imaginação (imaginatio), são abordados por Jung em PSICOLOGIA e ALQUIMIA como tendo um significado muito especial.
A Obra só se obtém com a "imaginação certa".
O LEXICON ALCHEMIAE de Rulandus (séc. XVI) ajuda-nos a entender o conceito, ao dizer: "A imaginação é o astro no homem, o corpo celestial ou supra-celestial ".
Esta afirmação é interessante,sobretudo porque indica que se trata, na imaginação, não de um esquema abstracto mas sim
de algo de "corpóreo",como um "corpo subtil", de natureza semi-espiritual.
Não havia, nos tempos de outrora, uma PSICOLOGIA da ALMA empírica, como a estudamos hoje (além de Jung já podemos ir lendo a obra tão estimulante de um António Damásio).
O termo "astro" aplicado à imaginação, remonta a PARACELSO, que o assimila à Quinta-Essencia. E Paracelso refere explicitamente as "forças da alma"(seelischen Kraefte). Estabelece-se deste modo, na tradição alquímica, uma espécie de reino ou de espaço "intermédio" possível; não se coloca a questão do sim ou do não, do físico em oposição ao espiritual; coloca-se,como hoje ,afinal, a questão de que matéria e espírito formam um reino espiritual de corpos subtis, fazendo parte de uma visão de um todo simultâneamente espiritual e material.
Há na alquimia, como observa Jung "problemas muito modernos", que excedem esta área de que me ocupo.
Por isso a deixo , com a imagem de ALGOL, aos físicos e astrofísicos.
Agradecendo ao meu filho MIGUEL.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
1 comment:
"Apenas a matéria viva era tão fina....a cajuína cristalina em teresina".(Caetano Veloso).
A figura da mulher criança dissipa à sua volta os sistemas mais bem organizados. A sua existência desarma todos os rigores, a começar pelos anos... Que bom é ter ainda hoje uma Prof.,que é uma bruxa quase sábia...
Prometo começar a ler Henri Michaux...para o próximo semestre!
e já agora por onde devo começar?
(Pelo príncipio responder-me-á...ok... eu vou à procura e depois falamos)
Aquele abraço!
Post a Comment