Thursday, April 26, 2007

Mundo arquetipico I



Da universalidade do mundo arquetípico.
Dois quadros de Anselm Kiefer, inspirados em poemas de Paul Celan, levam-nos mais longe, atravessando o tempo e a memória arquetípica da condição humana.Das antigas raizes bíblicas, com a árvore de Jesse, somos conduzidos à leitura alquímica da obra da vida humana, simultâneamente dividida e una, à imagem e semelhança de um Criador interrogado e que nem sempre responde.
Vejam-se as ilustrações de um manuscrito anónimo do século XIV, que coloco em primeiro lugar e veja-se depois o conjunto de Kiefer sobre os textos de Celan.
A árvore que enraiza na cabeça é a do Conhecimento, a que enraiza no sexo é a da Vida. Da primeira o par primordial, Adão e Eva, comeram o fruto, ainda que proibido. (Re)conheceram-se a si próprios como "distintos" do resto da criação, ao adquirirem conscência da efemeridade da vida (simbolizada pela caveira). À segunda, da Vida, não tiveram acesso, sendo expulsos do Paraíso.Contudo, segundo lendas antigas, roubaram um pequeno ramo que levaram consigo e plantaram mais tarde, fazendo de uma árvore "seca" em aparência uma árvore verdejante e viva.
As duas árvores, com as suas raizes, constituem afinal o que é próprio da matéria humana, o ser corpórea e espiritual ao mesmo tempo.

1 comment:

isabel mendes ferreira said...

de facto....


uma "leitura`" à Y. Centeno.


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um prazer...


boa noite!