Friday, January 12, 2007
El Escorial
Entro em 2007 com uma prenda de uma amiga espanhola que se transformou em rei mago e me trouxe, das edições Siruela, esta magnífica obra. O autor é René Taylor, e faz neste volume as suas considerações sobre a Ideia que presidiu à construção de El Escorial.
Depreende-se que a ideia é a de que o edifício foi imaginado "nas pedras, nos frescos e na planta de construção" como um memorial dos conhecimentos ocultos da época, dando testemunho do que o rei Filipe II desejou que fosse uma obra de construção e significados mágicos.
O rei possuía na sua biblioteca a MONAS HIEROGLYPHICA de John Dee, mago e alquimista, astrólogo da rainha Isabel I de Inglaterra, a quem deveu a protecção que lhe permitia, na sua quinta dos arredores de Londres, desenvolver em sossego as suas ideias e experiências, que vieram a culminar nesta obra, celebrada em todo o lado como matriz de reflexão alquímica e mística, pondo a descoberto os segredos da criação do universo e do mundo.
A Monas é um tratado relativamente breve, que apela à imaginação contemplativa, exercida sobre a imagem que detém o segredo e consta de rectas, círculos e pontos.
Dee afirmava ter encontrado a síntese do universo.
Devidamente contemplada, a imagem que nos oferecia ficaria gravada na mente, seria assimilada pelo intelecto e provocaria na psique uma transformação do homem nessa mónada contemplada. Para Dee, alquimista místico, o milagre da revelação dar-se-ia tanto no laboratório como no espírito do homem iniciado. ( Ver René Taylor, p. 32).
De grande interesse é a listagem das obras herméticas, clássicas e medievais que se encontram na biblioteca do rei, tanto quanto alguma correspondencia que revela o seu paciente patrocínio da arte do ouro, embora sem resultados conclusivos. O seu secretário Pedro de Hoyo ia narrando as experiências de transmutação, com a esperança de que o denominado mestre alcançasse a boa transmutação do chumbo e da prata em ouro. O rei aceitou com magnanimidade os insucessos. Saborosa é uma das cartas em que Hoyo informa que "...el que sabe aquel negocio se había ido a su casa con una buena xaqueca" .
(p. 146 )
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