Wednesday, October 15, 2008

Herberto Helder



Citei, do seu último livro, A Faca Não Corta  o Fogo, um dos poemas mais alquímicos que tenho lido, sabendo embora que na obra de Herberto tudo é transformação, tudo é trabalho oculto, a terra, nele, é a matéria negra que só ele pode tornar mais luminosa, a ponto de ofuscar. A sua luz ofusca, e o próprio Verbo de Deus súbito se recolhe e organiza em outras geometrias: de vida? de morte? A cada qual segundo a sua leitura, Herberto apenas levanta o espelho que nos assustará, de tão real a imagem que reflecte.
Na sua alta esfera há uma música própria, mas saberemos ouvi-la, saberemos adivinhar as estrelas da bela noite que já Shakespeare cantara pela boca de Jessica e Lorenzo? 
(In such a night as this...) as estrelas e o seu ritmo, a sua perpétua devoração.

3 comments:

Átila Siqueira. said...

Nossa, esse livro deve ser maravilhoso. Senti ali um existencialismo muito grande, e adoro leituras assim. Vou guardar o nome desse livro para depois procurá-lo. Fiquei curioso para lê-lo.

A propósito, depois visite meu blog, eu estou lançando o meu primeiro livro, e lá tem informações sobre ele, caso te interesse.

Um grande abraço,
Átila Siqueira.

Yvette Centeno said...
This comment has been removed by the author.
observatory said...

e porque estarei tao esgotado
com a religiosidade das palavras?

palavra

orvalho (da matina)

terra

ja me bastam