Citei, do seu último livro, A Faca Não Corta o Fogo, um dos poemas mais alquímicos que tenho lido, sabendo embora que na obra de Herberto tudo é transformação, tudo é trabalho oculto, a terra, nele, é a matéria negra que só ele pode tornar mais luminosa, a ponto de ofuscar. A sua luz ofusca, e o próprio Verbo de Deus súbito se recolhe e organiza em outras geometrias: de vida? de morte? A cada qual segundo a sua leitura, Herberto apenas levanta o espelho que nos assustará, de tão real a imagem que reflecte.
Na sua alta esfera há uma música própria, mas saberemos ouvi-la, saberemos adivinhar as estrelas da bela noite que já Shakespeare cantara pela boca de Jessica e Lorenzo?
(In such a night as this...) as estrelas e o seu ritmo, a sua perpétua devoração.
3 comments:
Nossa, esse livro deve ser maravilhoso. Senti ali um existencialismo muito grande, e adoro leituras assim. Vou guardar o nome desse livro para depois procurá-lo. Fiquei curioso para lê-lo.
A propósito, depois visite meu blog, eu estou lançando o meu primeiro livro, e lá tem informações sobre ele, caso te interesse.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
e porque estarei tao esgotado
com a religiosidade das palavras?
palavra
orvalho (da matina)
terra
ja me bastam
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