Monday, July 09, 2007

A Pedra




Não quero a Pedra
quero a flor
dentro dela

9 comments:

Bruno Santos said...

"A flor que nasce da pedra é filha de uma janela aberta que há dentro do vento."
in "A primeira pedra", de Alburneo

c braz said...

"A janela do vento fecha-se quando a flor se abre."
in "A segunda pedra".

c braz said...

não vamos falar agora
dá-me vinho nesta noite
e meu remorso será leve

a tua boca é uma rosa
e a tua flor me basta

dá-me vinho — vermelho
como teus lábios doces
e minha pena será leve

c braz said...

as raízes do narciso
— que se inclina suave —
onde bebem a vida?

bebem a vida nos lábios
mortos de uma mulher

pisa leve a relva macia
ela nasce de rostos
tão belos quanto tulipas

c braz said...

Agradeço à autora a generosidade de criar este espaço. Um dos sítios mais instigantes da net. Peço perdão pela invasão, e finalizo minha participação dedicando a bs, que cita Albuneo, um último poema:
.............................

o vento nas mãos
abertas em concha —
nas mãos, a flor

ele deseja o odor
como quem adora

o aroma no peito
é vento; ele expira
o poema: flor ao ar

Yvette Centeno said...

Caro C.B.
A escrita é um espaço da alma.
Vendo a sua sensibilidade oriental sugiro que se delicie com as traduções da Princesa Shikishi -conheço as inglesas, mas pode haver outras.
Aqui está um dos poemas do Verão ( os verdadeiros Haiku são expressões líricas condensadas, e sempre com a marca das estações, explícita ou implícita):
Water fragrant in my hands, I traced it upstream,
Where I found its source under an orange in bloom

Bruno Santos said...

Obrigado pela simpatia e pelo belo texto.

Júlio Pêgo said...

Esta mensagem poética, de grande beleza e profundidade, encontra no fóssil a sua materialização, metamorfose e ilusão. Afinal de contas, andamos à procura do diamante na cristalização da flor, do amor por descobrir.
Júlio

Mauro Jorge said...

Prezada Sra. Yvette Centeno,

Gostava de saber se há novas edições do Livro da Santíssima Trindade do alquimista franciscano Ulmannus?
Sei de uma edição em Colônia, Alemanha, de 1986, infelizmente há muito esgotada.

em admiração ao vosso trabalho (que comecei a ter contato pela Alquimia do Amor desde 1995 e nunca cessou de me fascinar),
saudações e um abraço desde o Brasil,
Mauro

P.S.: Admirável site e igualmente admiráveis os poetas que nele comentaram (especialmente aqui C Braz)