Wednesday, June 28, 2006

J.Garcia Font

Na sua Historia de la Alquimia en España, que já citei noutros posts, dedica um extenso capítulo a Ramon LLull e à sua variada obra, comentando no fim que Ramon não desdenhou de utilizar outros saberes: foi o caso da mística e do profetismo joaquimita, da simbólica alquímica e ainda da poesia de Abnarabi de Murcia, entre outros.
Citando Font: "Parece que Llull...no desdenãba los procedimientos de los 'sarraims' y pudo muy bien ocurrir que en sus sistemas de 'combinar' conceptos, a través de símbolos y figuras, admitiese elementos de muy diversa procedencia.
Na minha opinião é o que acontece quando, na ARBRE de CIÈNCIA utiliza as imagens da árvore com o seus ramos para suporte da exposição das ciências teológicas e naturais. Raizes, tronco, ramos, etc. formam a imagem base que depois de "ampliada" permite entender e solucionar questões.A sua árvore, que Font descreve como "pantaclo mágico", contém e reflecte todo o mundo criado, daí que se assemelhe à Arvore dos Sephiroth, que certamente conheceu.Diz Llull, da sua árvore: car totes quantes coses són, en ello són significades... ( pois todas as coisas que existem, nela estão significadas...).
Concluo com Font :
" No es dificil percatarse de que en la obra de Llull aparece el supuesto de cierta radical analogia cósmica que permite relacionar entre sí los distintos niveles de la realidad ".
Falta só acrescentar que essa influencia poderia dever-se à mística da Kabala judaica, florescendo na Espanha de então.

Ficarão mais claras algumas das afirmações deixadas como enigmas ao longo desta novela maravilhosa, como a que escolhi para exemplo : havia no Amado Misericórdia e Justiça, o que deixava o Amigo entre o Temor (da Justiça) e a Esperança (da Misericórdia, que é Amor ).

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