Da autoria de Davide Bigalli, sugestão para estudiosos que gostem de continuar a ler em férias, obras de temas sedutores, como este, da Terra Perdida, da Atlântida de Platão a Thule, que reencontramos na balada do rei de Thule de um poeta como Goethe.
A nostalgia da Terra Perdida, que se transforma em Terra Prometida pelo milagre da nossa imaginação é agora satisfeita com esta obra, cuja leitura recomendo.
O logo da edição fala por si: Secretum, com o S no centro da serpente ouroboros.
Feito o périplo, da Atlântida ao Paraíso, como diz o autor, recomendo em especial o último capítulo da Parte III :
a terra oca ( la terra cava) e os mitos do século XX.
Era escondido numa caverna da montanha que o adepto alquimista de outrora, como na Atalanta Fugiens de Michael Maier e outros, poderia redescobrir o universo ao redescobrir-se a si mesmo.
Mas os mitos da Terra Oca são algo de diferente:
pressupõem um espaço oculto, de redenção e perfeição, no centro mesmo da terra onde uma nova humanidade-fundadora daria origem a uma nova terra, a esperada, a Prometida.
Humanidade e Perfeição Ilusórias que, no caso de um Horbiger, que o autor cita, e Hitler e seus seguidores, levaram o mundo aos pior dos horrores: a crueldade e o caos da Segunda Guerra Mundial, cujos efeitos ainda se fazem sentir.
Os mitos têm isso de complexo, na sua essência:
a sombra nunca anda muito distante da sua luz, o horror ( o culto e o serviço absoluto da Ideia Pura) integra o êxtase da Revelação ansiada.
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