Sunday, June 13, 2010

Círculos e mais círculos, para a Luciane G.




Para qualquer dúvida que tenhamos sobre algum símbolo, o seu significado, que pode ser múltiplo, é sempre útil consultar um bom dicionário de símbolos.
Há muitos, um dos meus preferidos é o de Jean Chevalier, nas edições Laffont.Mas há outros e o importante é que o grupo de colaboradores seja constituído por eruditos de reconhecido mérito.
Infelizmente basta alguma matéria se tornar moda para que apareçam logo imensos "sábios" disponíveis e de cultura vaga e confusa. Esses prejudicam quem queira mesmo estudar.
Vem isto a propósito de uma pergunta sobre o ouroboros, a serpente que se enrola devorando a própria cauda, e o alargamento dessa imagem à dos círculos.
A imagem que se tornou conhecida provém dos textos dos antigos alquimista, dos séculos II-III da nossa era. Havia, nessa altura, alguma identificação com o imaginário dos gnósticos, por sua vez contaminado pelas marcas orientais da grande roda do tempo, estudada por exemplo por Marie-Louise von Franz: Le Temps, le Fleuve et la Roue ( O Tempo, o Rio e a Roda).
Vejamos um pouco do que a autora nos diz:
No interior do círculo vemos todas as manifestações da criação, na sua múltipla e colorida variedade. E bem ao centro a serpente.
Estamos perante o Tempo, nos vários tempos: o cíclico, o histórico, linear, os seus ritmos e periodicidade ( nas Estações, por exemplo), as suas medidas, da mais pequena à maior que se possa conceber ( os éons de que falavam os gnósticos, mas hoje os astrofísicos falarão de outro modo).
Inicialmente o tempo era a representação da vida e do seu mistério: de como se nascia e se morria. Os antigos gregos identificavam o tempo a Oceanos, o rio divino que rodeava a terra bem como o universo inteiro sob a forma de rio circular ou de uma serpente que mordia a cauda e trazia nas costas o Zodíaco. Também o encontramos com a designação de Cronos.
Nos cultos Órficos este deus é Aion, a energia vital que tudo permeia, o que os psicólogos hoje definiriam como "princípio de energia psico-física". Aion é o "Senhor deus dos Éons".
Noutros cultos esta divindade, ou este princípio e origem da vida conhecida é identificado ao Sol. Temos em Râ o equivalente egípcio, o senhor do tempo que abria as portas da vida e da morte, e assumia todas as formas como senhor das metamorfoses: nascia escaravelho, anoitecia crocodilo, e depois da meia noite era o leão duplo do passado e do futuro "de ontem e de amanhã", como se dizia nos hinos.
Este mesmo simbolismo arquetipal do tempo como divindade e fluxo ininterrupto de vida e morte se encontra na religião hindu.
Na tradição cristã Deus, antes de criar o universo, concebeu um modelo mental em que todos os arquétipos, ou germens das coisas do porvir existiam em simultâneo.
"era um unus mundus, intemporal". Com o mundo real foi criado o tempo, os seus ciclos, o seu fim, numa concepção em que só o tempo transcendente se concebe como eterno.
Jung fará dos círculos, as formas mandálicas de meditação, um estudo profundo, no seu célebre Livro Vermelho, recentemente editado. Ao desenhar e pintar esses Mandalas prosseguia no seu próprio caminho de perfeição e completude; o círculo é uma imagem da completude divina, primordial, mas também humana, quando pela meditação a nossa consciência se altera, se aprofunda e se transforma.
Nos tratados de alquimia surgem por vezes círculos, como sóis, flutuando sobre as águas de um rio.
Aqui a figuração quer dizer simplesmente que se procedeu na Obra alquímica à sublimação da matéria. É o caso da Atalanta Fugiens, por exemplo, em que numa gravura os círculos são 4 bolas de fogo, sendo o fogo o elemento da sublimação por excelência (entre os quatro conhecidos, água, terra, fogo e ar).

26 comments:

Luciane Godinho said...

Obrigada pela atenção. Consegui três livros teus e mais alguns autores que comentaste (Lautréamont e Augustina Bessa Luis) pela Estante virtual. Os demais: Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas, Herberto Helder e Boris Vian vou tentar na biblioteca da PUCRS.
Seria bom se teus livros fossem publicados aqui. Pq não entras em contato com a editora de letras da PUC do Rio Grande do Sul? Tenho certeza que seria um intercâmbio muito proveitoso para todos nós e assim teríamos acesso mais fácil aos teus trabalhos.
Bj!

Anonymous said...

La rosa azul lleva consigo un mensaje de amor eterno.

Anonymous said...

La vida es triste cuando pierdes a alguien importante.

Anonymous said...
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Hay imágenes y rimas de amor que nos inspiran.

Anonymous said...

62-El enamorado vive en el paraíso.

Anonymous said...

Y esta vez, dibujos a lapicero de Game of Thrones!!!!

Anonymous said...

En la vida hay frases que nos marcan por siempre.

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Anonymous said...

CUENTOS CORTOS. Cuentos escritos por niños para niños.

Anonymous said...

La rosa celebra la vida, la belleza, el amor.

Anonymous said...

Los cuentos son casi tan antiguos como la misma vida.

Anonymous said...

Cómo fomentar la lectura entre los pequeños.

Anonymous said...

Un mundo de cuentos para aprender valores en familia.