Pedro Chorão
O
Princípio da Paisagem
ao princípio
só o
desejo de um sopro
no vazio
um
mar azul
a
espuma fundida com o céu
aquático
imprevisível
e a
sombra de pedras
caminhantes
num
espaço não-definido
ninguém as tinha polido
e
aguardavam,
quem
sabe o Anjo de Duerer
secreto
amigo de Pedro,
o
pintor reconhecido
porque
a ele lhe tinham dado
um
tempo que era infinito
e só
para ele guardado
no
seu segredo escondido
o
azul a chegar à praia
a
espuma a banhar as pedras
que
rolavam para o abismo
era esse
o seu destino.
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