Wednesday, June 24, 2009

Théatre d'Amour



Encontramos nesta belíssima edição da Taschen uma igualmente bela prova de amor: a selecção de 143 gravuras de emblemas de amor coloridos à mão por um coleccionador francês do século XVII. Os emblemas são de inspiração mitológica, alegórica  e erótica, muito ao gosto da época.
O fac-simile é notável, tendo na folha ímpar do texto as versões necessárias ao leitor: original francês e tradução inglesa. 
Os 27 folios que constituem este teatro de amor, onde Cupido é o Hermes condutor, revelam na escolha das situações e dos pormenores um profundo conhecimento dos segredos alquímicos: estão presentes os quatro elementos fundamentais da Obra e o processo de trabalho; estão presentes os animais emblemáticos, desde o cão ao leão, ao veado;  e nem falta a reprodução de uma das gravuras que mais encontramos nos tratados medievais, alusiva à nigredo, sem a qual nenhuma transformação se verificará: sobre o cadáver de um velho estendido no chão ( em Basilio Valentino é mesmo um esqueleto) está pousado um mocho, emblema da sabedoria.
Igualmente interessantes são os espaços e os objectos, na maior parte já conhecidos por outras obras anteriores ou mesmo do século XVII, como as de Michael Maier.
Lareiras, fogões, colmeias (a pedra dá o mel às abelhas, no Rosário dos Filósofos)), troncos de velhas árvores, todos os cenários, embora referidos às situações amorosas, podem ter dupla leitura, também hermética.

O Ovo filosofal



 Em Junho, mês de transição, encontramos o rebis hermafrodita com o ovo filosofal.
Veja-se como em Julho a obra progride:
sobre o vaso hermético o carro de Mercúrio, puxado por galos, anuncia a aurora: o esplendôr da renovação.