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Fernando Pessoa vive entre sombra e luz, numa doença de alma interminável:
Exígua lâmpada tranquila,
Quem te alumia e me dá luz,
Entre quem és e eu sou oscila.
Este" Quem" oscila porque não é reconhecido. Entre ser luz e ser sombra - se desenha a hesitação ( o eterno Intervalo ) do poeta :
Esta espécie de loucura
Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,
Não me traz felicidade;
Porque, enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há.
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