Mitos Nacionais/Universais /Mitos ou lendas populares
O que é um mito: uma
narrativa fundadora, de dimensão simbólica, nacional ou universal.
Mitos nacionais (portugueses)
:
Dom Sebastião e os mitos do
Encoberto; Dona Inês de Castro,os mitos de amor eterno de Dom Pedro e Dona
Inês;as Cartas da Portuguesa, outro mito do amor eterno, de autoria francesa,
mas atribuídas a uma monja portuguesa do século XVIII ; ainda fazendo parte
deste corpus literário e mítico a
história de base celta, de que Richard Wagner fez uma obra-prima, de Tristão e
Isolda;
em torno destas figuras
históricas se desenvolveu uma teia de construções literárias, pictóricas,
dramatúrgicas, em Portugal e na Europa.
Relação do mito do Encoberto
com Dom Sebastião.
A doutrina do Sebastianismo
como doutrina messiânica nacional e nacionalista: ex. Padre António Vieira e
Fernando Pessoa.
Mitos universais do Ocidente:
Fausto (entre outros, como o de Orfeu, o de Prometeu, o do Andrógino, bebidos
na tradição popular, no caso de Fausto, na literatura grega clássica, nos
outros casos; ou mitos mais recentes como o de D.João, o”Burlador de Sevilha”
ou o de Carmen, como mulher fatal, na opera de Bizet).
Ver o mito de Fausto no
Renascimento, no Século das Luzes ( Goethe,séc.XVIII), no Romantismo (Berlioz)
e na Modernidade (Pessoa e Valéry ).
O Fausto mudo de Murnau, a
ópera de Gounod, a performance dos Fura dels Baus inspirada em Berlioz – tudo
interpretações diferentes de um memo mito fundador, o do desafio do homem que
vende a alma ao diabo, o seu percurso, os crimes e a transformação final, de
redenção.
Papel que desempenha, nas
várias “leituras” do mito, a dimensão simbólica do Eterno Feminino.
Comentar as “duas almas” de
Fausto, que ele define como irreconciliáveis, na primeira parte da tragédia.
O que se perde e o que fica destes e de outros mitos no
nosso tempo…
II
Há muitas outras matérias que
ocuparam o imaginário popular e literário ao longo do tempo:
Ex.
as lendas dos vampiros na
Europa central: Nosferatu, primeiro filme de Murnau (pioneiro do cinema ainda
mudo, expressionista;em seguida faria o Fausto);
Drácula, filme também da
mesma época, com o célebre Bela Lugosi, no início dos anos trinta;
o Golem, inspirado num
romance célebre de Gustav Meyrinck, autor austríaco estudioso de todas as doutrinas e práticas ocultistas
divulgadas ao tempo : como a Kabala judaica, que inspira o Golem, a filosofia
taoísta, o yoga, a alquimia, etc, - em cada um dos seus romances uma doutrina
que ele explica, embora reservando o seu mistério.
O gosto pela sombra (pelo
mistério que perturba e atrai) não se perde, e vemos na literatura e na
cinematografia moderna mais recente a recuperação dos temas dos vampiros, dos
lobisomens (de que em Portugal também há variantes nos contos populares de
tradição oral) e até a recuperação do gosto pela magia e por figuras da antiga
tradição celta – como na saga de Harry Potter, já explorada até à exaustão para
um público juvenil.